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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

NBA na Europa? Não tão rápido, Stern


Mais uma vez, o comissário da NBA, David Stern, afirma que a Liga deverá expandir seus negócios para a Europa. Em uma entrevista com a ESPN Radio, Stern afirmou que em 20 anos, a NBA não terá um, mas vários times na Europa.
 "Acredito que sim. Acredito que múltiplos times internacionais da NBA. Em vinte anos? Com certeza. Na Europa. Em nenhum outro lugar. Em outros lugares, acredito que vocês verão o nome da NBA em ligas e outros lugares, como marketing e apoio ao basquetebol, mas não como parte da NBA como conhecemos".

 Não é a primeira vez que Stern fala em times da NBA na Europa. Mais de uma vez, no passado, Stern garantiu que, nos dias de hoje, a Liga já teria expandido para o velho continente. Mas, essa expansão da NBA não aconteceu. A Liga ainda está contida nos Estados Unidos, com o Toronto Raptors resistindo no Canadá.

A ideia de Stern sempre foi ter uma divisão na Europa. Assim, o comissário acredita que as viagens seriam menos desgastantes. Um time viajaria para jogar algumas partidas.

Agora, imaginem o Los Angeles Lakers, ou seus vizinhos Clippers, deixando sua cidade para uma viagem que pode durar até 17 horas. Chegando em Londres, jogariam, provavelmente, cinco partidas em sete noites, ou algo parecido.

Após essa maratona, mais 10-17 horas de retorno. Para descansar, um, dois dias e voltar à rotina.

Mas, digamos que a tecnologia aérea diminua o tempo de viagem. E, jogar alguns jogos é melhor do que ir para a Europa jogar apenas um. O que acontecerá quando os times europeus viajarem para os EUA? O time ficará um longo período longe de sua torcida? Fará dezenas de viagens de ida e volta durante a temporada?

Diferenças econômicas também devem afetar uma expansão européia. O Raptors luta para levar jogadores para o Canadá. Impostos e moeda são os maiores obstáculos. Seria difícil alguém conseguir convencer uma das estrelas da NBA a ficar longe de tudo e todos que o cercam.

E, o Canadá é logo ali. Com uma cultura bem parecida com a americana. A Europa, é um outro mundo. Mais velho. Com hábitos que, dificilmente, morrerão.

Um deles, é o racismo. O futebol europeu sofre com o racismo presente nas torcidas e dentro das equipes. E, segundo algumas personalidades do esporte, esse problema só piorou.

Sim, os Estados Unidos também tem um problema sério com o racismo. Mas, ao contrário da Europa, os EUA discutem mais abertamente esse assunto, coisa que ficou mais evidente com o lançamento de "Django Unchained" de Quentin Tarantino.

Além de mais fechada para o assunto, com menos diversidade cultural, a Europa é um continente antigo. Este problema existe a mais tempo que nos EUA e é mais difícil de ser solucionado. Junta-se isso ao comportamento das torcidas, acostumados com o futebol, jogando moedas, pilhas, em quadra.

Passando por tudo isso, recentemente, o Reino Unido cortou fundos da seleção de basquetebol. O lugar mais óbvio para a chegada da NBA - a Inglaterra e a O2 Arena - não tem um interesse grande pelo esporte.

O público que sustentaria a NBA não é grande o suficiente. Com os declarados problemas econômicos da Liga - propaganda nas camisetas? Sério!? #NoUniAds - como uma divisão européia sobreviveria?

E, o mercado suportaria mais uma expansão? Só por que existe o público, hipoteticamente, pode não existir o talento necessário para a expansão. O Vancouver Grizzlies já deixou o Canadá. O Raptors luta para manter o interesse da torcida local. O Charlotte Bobcats briga para deixar o porão da classificação. Nem sempre, a expansão funciona.

A expansão da NBA para a Europa parece um sonho de Stern e não uma coisa certa como afirma o comissário. Pelo menos, não nesses 20 anos que imagina David Stern. E, como isso ainda não aconteceu, não deve ser uma coisa tão inevitável.
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