Nem os maiores assinantes das teorias de conspirações que circundam a NBA esperavam isto. Após um locaute, uma temporada confusa e os Playoffs com uma série de lesões, a Final tem tudo para ser histórica. O Miami Heat, campeão do Leste, e o Oklahoma City Thunder, campeão do Oeste, farão a Final da NBA, que tem início no dia 12 de Junho, com transmissão da ESPN.
Para chegar aqui, o Thunder derrotou o Dallas Mavericks por 4 a 0, o Los Angeles Lakers por 4 a 1 e o San Antonio Spurs por 4 a 2. Estes times venceram 10 dos últimos 13 títulos da NBA. Para ser campeão, Oklahoma City deverá vencer mais um dos últimos 13 campeões da NBA, o Miami Heat.
Já o Miami Heat passou pelo New York Knicks pro 4 a 1, Indiana Pacers por 4 a 2 e o Boston Celtics, único membro do clube das franquias que venceram nas últimas 13 temporadas, por 4 a 3.
As franquias também acharam caminhos diferentes para o sucesso.
Miami ganhou um time da NBA com a expansão de 1988, que também deu o Orlando Magic, o Minnesota Timberwolves e o Charlotte -hoje New Orleans- Hornets à Liga. Os principais reforços, LeBron James e Chris Bosh, chegaram ao time pelo mercado de agentes livres.
Com estas aquisições, o Heat chegou falando em múltiplos campeonatos, deixando os fãs causais um tanto quanto azedos com a equipe.
Clay Bennett tirou o Supersonics de Seattle e levou a franquia para Oklahoma. Após trés péssimas temporadas, duas delas ainda em Seattle, o time foi construído pelo draft, trazendo Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden.
Além disso, a apaixonada torcida de Oklahoma City contrasta com o público frio da American Airlines Arena.
Mas, existem algumas semelhanças.
Ambas as equipes são lideradas por alas talentosos e que ainda não chegaram no topo de suas carreiras. Ambas jogam melhor quando deixam a noção de um armador de ofício de lado e deixam com que outros jogadores organizem os ataques.
E, desde a lesão de Chris Bosh, os dois times tem um dos membros de seus grandes trios começando as partidas no banco de reservas.
Por mais que se queira escapar, esta série tem como protagonistas LeBron James e Kevin Durant. Os dois desejam acabar com noções sobre suas carreiras.
Durant tenta mudar a ideia de que só sabe pontuar em arremessos. Ele vem fazendo isto. Além de dominar a pontuação, Durant tem ajudado muito na defesa do Thunder. Sua altura, velocidade e envergadura ajudam a fechar linhas de passe.
James quer acabar com a fama de amarelão, que o persegue desde que sumiu das Finais de 2011, contra o Dallas Mavericks. Ele conseguiu apagar um pouco desta fama com um Jogo 6 excelente e um Jogo 7 ótimo na Final da Conferência Leste. Mas, a fama só sumirá quando o ala levar o time ao título da NBA. Não um, não dois, não três...
Um dos grandes fatores da vitória do Heat na sétima partida contra o Boston Celtics foi o ala-pivô Chris Bosh. Bosh tirou vantagem da defesa de garrafão dos adversários, que dependia de Garnett.
Com KG defendendo o garrafão das infiltrações de James, o perímetro ficou livre para que Bosh
arremessasse.
Contra Oklahoma City, Bosh não deve ter tanta liberdade. O Thunder pode usar Kendrick Perkins para defender o garrafão e Serge Ibaka tem bastante velocidade para ajudar Perkins e voltar ao perímetro.
Os dois times jogaram duas vezes na temporada regular. E, mesmo com o número pequeno de partidas, uma coisa salta aos olhos: o +/- de James Harden na vitória foi de +10 e na derrota, de -4. O Sexto Homem do Ano se torna, a cada série, mais e mais importante para o Thunder.
Será que as arbitragens marcarão as faltas de costume contra o Heat?
Nas duas partidas, a defesa de Oklahoma City forçou o Heat a arremessar abaixo das porcentagens da temporada em todas as áreas da quadra, menos da linha dos 3 pontos (fora a zona morta) e de dentro da área restrita dentro do garrafão.
Já a defesa do Heat só teve sucesso em dificultar a vida do Thunder dentro do garrafão.
O ataque de Oklahoma City ainda não enfrentou uma defesa como a de Miami. A defesa de Miami ainda não enfrentou um ataque como o de Oklahoma City.
Nos dois confrontos, OKC teve uma eficiência ofensiva (pontos por 100 posses de bola) menos do que a média da temporada, 103,2 contra 107,1. Mas, a eficiência defensiva foi melhor, 94,4 contra 100.
O Heat viu o contrário acontecer. A eficiência ofensiva caiu de 104,3 – a média da temporada – para 94,4, e a eficiência defensiva passou de 97,1 para 103,2.
Miami ainda pegou 8,8% a menos dos rebotes disponíveis nas partidas contra o campeão do Oeste. Teve menos lances livres do que no restante da temporada, assistências, um aproveitamento menos dos arremessos de quadra e viu as tentativas dos 3 pontos aumentarem.
Oklahoma City também teve menos lances livres, mas aumentou as assistências por jogo. Ainda viu o número de arremessos de 3 pontos diminuir. Apesar de pegar menos rebotes do que na média da temporada, o Thunder ainda teve uma vantagem de 6,5 rebotes por jogo.
Para derrotar a equipe melhor, LeBron James e Dwyane Wade vão ter que ter séries lendárias e contar com a ajuda de seus colegas de equipes. Se perderem, terão sido batidos pelo melhor time.
Thunder em seis. Apesar de torcer por uma série em sete jogos, com um final épico.
E, o que seria de uma análise desta série sem falar das roupas usadas pelas duplas LBJ/Wade e Westbrook/Durant?
A dupla de Miami tem um estilo mais clássico, enquanto a de Oklahoma City é mais hipster. As entrevistas pós-jogo prometem um capítulo a parte nestas Finais.
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